No artigo “Sobrevivência a Longo Prazo Livre de Cancro após Infusão de Células do Cordão Umbilical Autólogo, em Caso de Falha de Enxerto Após Tratamento para Síndrome Mielodisplásica Induzida por Terapia”, descreve um caso especial em que o sangue do cordão umbilical de uma criança foi utilizado como última alternativa para um transplante de células estaminais.
A paciente, uma menina diagnosticada com neuroblastoma de alto risco, passou por tratamentos intensivos, incluindo quimioterapia, cirurgia e um transplante de células estaminais do sangue periférico. Com o tempo, porém, ela desenvolveu síndrome mielodisplásica induzida pela terapia (t-MDS), uma condição secundária difícil de tratar e com prognóstico complicado.
Para tratar a t-MDS, a menina foi submetida a um transplante de sangue do cordão umbilical de um doador não relacionado. Contudo, este procedimento falhou, deixando-a numa situação crítica, com infeções graves e um estado de saúde em deterioração.
Com poucas opções, os médicos decidiram recorrer ao seu próprio sangue do cordão umbilical, que tinha sido criopreservado desde o nascimento. Embora a quantidade de células fosse reduzida, optou-se por injetá-las diretamente na medula óssea, de forma a aumentar as hipóteses de sucesso.
A recuperação foi lenta, mas encorajadora. Com o tempo, a paciente começou a mostrar sinais de melhora, e os seus níveis sanguíneos normalizaram. Análises posteriores indicaram que as células malignas tinham desaparecido, e, cinco anos após o tratamento, a menina continuava saudável e livre de cancro.
Este caso destaca a importância e o potencial do sangue do cordão umbilical autólogo como solução em situações de falha de enxerto, especialmente quando não há outras alternativas viáveis. A opção de injeção direta na medula revelou-se eficaz mesmo com uma quantidade reduzida de células, maximizando o impacto terapêutico.
Esta experiência sugere que, com uma seleção cuidadosa para garantir a ausência de células malignas, o sangue do cordão umbilical autólogo pode ser uma alternativa segura e eficaz em casos graves.
A história de sucesso desta jovem apoia o uso futuro do sangue do cordão umbilical como opção para situações complexas em oncologia pediátrica, onde os tratamentos são limitados e a necessidade de soluções é urgente.