Pesquisas laboratoriais recentes sugerem que múltiplas doses de sangue do cordão umbilical (SCU) podem ser mais eficazes na melhoria de lesões cerebrais em bebés privados de oxigénio durante a gravidez ou o parto, em comparação com um único tratamento. Esta descoberta traz esperança para abordar condições como a paralisia cerebral (PC), que afeta o movimento e a postura devido a danos cerebrais. A PC afeta cerca de 17 milhões de pessoas em todo o mundo, com 34.000 casos na Austrália. De facto, a cada 15 horas, um bebé australiano nasce com uma lesão cerebral que leva à PC, custando ao país mais de 1,5 mil milhões de dólares por ano.
Cientistas do Hudson Institute, liderados pela estudante de doutoramento Tayla Penny, mostraram que, embora um único tratamento com SCU possa melhorar o comportamento a longo prazo, não protege o cérebro de lesões físicas. Este estudo mais recente, publicado na revista Brain Research, comparou a eficácia de uma única dose com múltiplas doses de SCU. Os resultados revelaram que múltiplas doses não só melhoraram o comportamento, como também reduziram as lesões físicas no cérebro, abrindo novas perspectivas para o tratamento. Penny comparou esta abordagem à ideia de que uma maçã por dia não é suficiente para benefícios de saúde a longo prazo, sublinhando que doses repetidas de células estaminais do cordão umbilical poderiam reduzir significativamente as taxas de paralisia cerebral.
Atualmente, a melhor terapia disponível, o arrefecimento corporal total, continua a ser insuficiente, com quase metade dos bebés tratados ainda a enfrentar consequências graves. A investigação de Penny sobre células estaminais derivadas do SCU visa colmatar esta lacuna, especialmente para bebés nascidos prematuramente ou com complicações adicionais. No futuro, estas descobertas irão orientar ensaios clínicos que administram múltiplas doses de células estaminais de SCU. Assim, os investigadores esperam desenvolver tratamentos eficazes e de longo prazo para proteger o cérebro de danos e melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas.
As terapias com células estaminais representam uma fronteira importante na medicina, sendo o sangue do cordão umbilical uma fonte rica de células regenerativas para tratar condições neurológicas e outros problemas de saúde.
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