No estudo “Observação Clínica do Emprego de Células Estaminais Mesenquimais Derivadas do Cordão Umbilical para a Terapia da Artrite Idiopática Juvenil” explora o potencial das células estaminais mesenquimais derivadas do cordão umbilical (UC-MSCs) como tratamento para a Artrite Idiopática Juvenil (AIJ).
A AIJ é uma condição inflamatória crónica que afeta crianças com menos de 17 anos, frequentemente causando dor significativa, deformidades nas articulações e incapacidade. Os tratamentos tradicionais podem não conseguir gerir eficazmente os sintomas e podem ter efeitos colaterais, destacando-se a necessidade de alternativas mais seguras e eficazes.
Neste estudo, dez pacientes com AIJ, com idades entre os 2 e os 15 anos, foram tratados com infusões de UC-MSC, cada um recebendo uma segunda dose três meses após o tratamento inicial. Os investigadores monitorizaram vários marcadores clínicos e laboratoriais de progressão da doença, incluindo a pontuação de atividade da doença (DAS28), a contagem de glóbulos brancos (WBC), os níveis das citocinas inflamatórias TNF-α e IL-6, e a percentagem de células T reguladoras (Tregs), que têm um papel importante na gestão das respostas imunitárias.
Os resultados foram promissores: após três meses, as pontuações de DAS28 indicaram uma redução na atividade da doença em todos os pacientes, com pontuações entre 2,6 e 3,2, o que é considerado uma atividade baixa. Os pacientes também apresentaram níveis mais baixos de WBC, ESR e CRP, marcadores que indicam uma redução da inflamação. Além disso, os níveis de TNF-α e IL-6 estavam mais baixos, enquanto os níveis de Tregs aumentaram, sugerindo que as UC-MSCs ajudaram a reequilibrar o sistema imunitário.
Estas melhorias persistiram seis meses após o tratamento, e a necessidade de medicamentos convencionais, como os AINEs e os esteróides, diminuiu ao longo do tempo.
O estudo sugere que as UC-MSCs oferecem um efeito anti-inflamatório e imunomodulador, reduzindo a desregulação do sistema imunitário e promovendo a tolerância. Importante notar que não foram reportados efeitos secundários significativos, demonstrando a segurança da terapia com UC-MSCs e a sua adequação para jovens pacientes com AIJ.
Esta pesquisa destaca as UC-MSCs como uma alternativa promissora para a gestão da AIJ, com o potencial de reduzir a inflamação e melhorar o equilíbrio imunitário de forma eficaz.
Os resultados sublinham a necessidade de mais estudos, mas as UC-MSCs podem tornar-se uma ferramenta valiosa no tratamento de condições autoimunes crónicas pediátricas.
in https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1155/2016/9165267