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Células estaminais do cordão umbilical melhoram função hepática em doentes com cirrose descompensada

A terapia com células estaminais tem vindo a ser apontada como uma estratégia inovadora para o tratamento de doença hepática crónica, que constitui atualmente uma das principais causas de morte em Portugal. Foram publicados, na revista científica Hepatology International, os resultados de um ensaio clínico que avaliou a utilização de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical para tratar doentes com cirrose hepática descompensada decorrente da infeção pelo vírus da hepatite B. Neste ensaio clínico, 111 doentes foram tratados exclusivamente através das abordagens convencionais, e 108 doentes, para além do tratamento convencional, receberam três infusões de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, com quatro semanas de intervalo. Os participantes foram seguidos durante cerca de seis anos após o início do estudo, tendo a função hepática sido avaliada nas primeiras 48 semanas.

A análise dos resultados revelou que a terapia com células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical esteve associada a melhorias na função hepática, nas primeiras 48 semanas de seguimento, e na taxa de sobrevivência dos doentes, entre os 13 e os 75 meses de acompanhamento, sem registo de efeitos adversos decorrentes do tratamento, quer a curto, quer a longo prazo.  Segundo os autores, estas melhorias poderão dever-se aos efeitos regenerativos, anti-inflamatórios e imunoreguladores destas células.

Globalmente, este estudo indica que as células estaminais do cordão umbilical são seguras e eficazes no tratamento de doentes com cirrose hepática descompensada. Tendo em conta o potencial desta abordagem terapêutica inovadora, espera-se que estes resultados sejam confirmados em estudos de maior dimensão.

Referência de artigo: Shi M, et al. Mesenchymal stem cell therapy in decompensated liver cirrhosis: a long-term follow-up analysis of the randomized controlled clinical trial. Hepatol Int. 2021. 15(6):1431-1441.

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