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Administração de células do cordão umbilical e da medula óssea associada à redução de complicações crónica da diabetes

Foram publicados os resultados de um estudo que avaliou a segurança e o benefício a longo prazo da administração combinada de células estaminais mesenquimais do cordão umbilical e de células da medula óssea, em doentes com diabetes tipo 1.

Os doentes que fizeram parte deste estudo tinham sido anteriormente incluídos num ensaio clínico, em que um grupo de doentes foi tratado de forma convencional (grupo controlo), e outro grupo, para além do tratamento convencional, foi tratado com terapia celular, que consistiu na administração combinada de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical com células da medula óssea. Nesse ensaio clínico, o tratamento experimental foi considerado seguro, tendo estado associado a algumas melhorias no controlo metabólico, um ano após o tratamento.

Um estudo subsequente pretendeu avaliar a incidência de complicações crónicas da diabetes tipo 1, oito anos após os tratamentos realizados no âmbito do referido ensaio clínico. Neste estudo, os investigadores compararam os resultados de 15 participantes do grupo controlo (tratados de forma convencional) com os de 14 doentes que receberam terapia celular. Aos oito anos de acompanhamento, a incidência de neuropatia periférica foi significativamente menor no grupo que recebeu terapia celular (7,1%), comparativamente à observada no grupo controlo (46,7%). Da mesma forma, a incidência de nefropatia diabética foi significativamente menor no grupo que recebeu o tratamento experimental (7,1%), relativamente à registada no grupo controlo (40,0%). A incidência de retinopatia foi também inferior no grupo que recebeu terapia celular (7,1%), comparativamente ao controlo (33,3%), embora a diferença não se tenha revelado estatisticamente significativa. Adicionalmente, o número de doentes que desenvolveu pelo menos uma complicação foi significativamente menor no grupo que recebeu terapia celular (14,3%), comparativamente ao grupo controlo (73,3%).

Globalmente, estes resultados sugerem que a terapia combinada com células do tecido do cordão umbilical e da medula óssea é segura em doentes com diabetes tipo 1, com potencial para trazer benefícios a longo prazo, nomeadamente melhor controlo metabólico e menor probabilidade de desenvolver complicações crónicas da diabetes.

Referência de artigo: Wu Z, et al. Prevention of chronic diabetic complications in type 1 diabetes by co-transplantation of umbilical cord mesenchymal stromal cells and autologous bone marrow: a pilot randomized controlled open-label clinical study with 8-year follow-up. Cytotherapy. 2022. 24(4):421-427.

Cai J, et al. Umbilical Cord Mesenchymal Stromal Cell With Autologous Bone Marrow Cell Transplantation in Established Type 1 Diabetes: A Pilot Randomized Controlled Open-Label Clinical Study to Assess Safety and Impact on Insulin Secretion. Diabetes Care. 2016. 39(1):149–57.

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